domingo, 2 de maio de 2010

o potencial de cada um.

Conta-se que, certa vez, os animais de uma floresta que estava sendo devastada pelos homens se reuniram para discutir os seus problemas. Decidiram, após amplos debates, que a coisa mais importante a fazer seria criar uma escola. Organizaram um currículo que objetivava desenvolver as habilidades de voar, saltar, nadar, correr e escalar. Todas consideradas necessárias e importantes para quem vive em uma floresta. No entanto, apesar de terem utilizado métodos muito avançados, o desempenho dos alunos não foi dos melhores e a maioria conseguiu apresentar rendimento satisfatório em apenas uma ou duas habilidades. O pato foi excelente em natação mas apenas razoável em voos e péssimo em corridas. Para melhorar em corrida treinou tanto que gastou suas patas e não conseguiu nadar como antes, baixando seu aproveitamento em natação. O coelho, que vinha se destacando em corrida, desde o início do curso, acabou sofrendo um colapso de tanto se esforçar para melhorar em natação. A capivara, que nadava e corria muito bem, acabou se esborrachando ao tentar voar. O susto foi tão grande que ela ficou traumatizada e não conseguiu mais nem correr, nem nadar. Os pássaros, por sua vez, protestaram, desde a criação da escola, porque a habilidade de cantar não estava incluída no currículo. Para eles, o canto era de importância fundamental para a qualidade de vida na floresta. Quando o currículo todo foi dado, o único animal que concluiu o curso e fez o discurso de formatura foi a enguia. Não que ela tivesse maiores habilidades. Em verdade, ela não se esmerara em nada e conseguira fazer um pouco de todas as matérias mais ou menos pela metade. * * * Com certeza, ao imaginarmos uma capivara tentando voar ou um coelho se dedicando à natação, rimos da história. Mas, se olharmos ao nosso redor, vamos nos dar conta de que, por vezes, agimos exatamente como os animais da escola da floresta. É quando tentamos considerar todas as pessoas iguais, destruindo o potencial da criatura de ser ela mesma. Assim é quando, na posição de pais, insistimos com nosso filho para que siga determinada profissão. Ele adora dançar mas nós lhe dizemos que isso não lhe conferirá uma carreira de sucesso e insistimos para que abrace a profissão que toda a família segue. Até mesmo porque ele deve dar continuidade à tradição ou assumir o negócio da família, logo mais. Por isso é que algumas empresas de tradição, em determinado momento, passando a ser administradas por quem não tem potencial nem vontade para o tipo de negócio, acabam por desaparecer. Ou então, a pessoa desenvolve as habilidades que lhe são exigidas, mas nunca será um profissional de qualidade. Isso porque não ama o que faz. E se transformará em uma criatura frustrada, infeliz, sempre reclamando de tudo e de todos. Pensemos nisso e passemos a valorizar mais a habilidade e o potencial de cada um. Lembremos que a natureza é tão exuberante exatamente pelas diferenças que apresenta nos reinos mineral, vegetal, animal onde cada um é especial e desempenha, na Terra, a missão que o Divino Criador lhe confiou.

erro coletivo.

É comum ouvir alguém reclamar a respeito da presença de uma pessoa complicada em sua vida. Pode ser algum parente, vizinho ou colega de trabalho. Em geral, está presente o raciocínio de que a vida seria boa sem os problemas trazidos por aquela pessoa. Por vezes, há até alguma indignação com quem tem dificuldades físicas ou psíquicas. Quem é convocado ao auxílio e à compreensão não raro se sente indignado. Entretanto, urge refletir que a Lei Divina é perfeita. Ela estabelece a felicidade e o equilíbrio como naturais resultados da observação de seus preceitos. Por outro lado, toda violação dos estatutos cósmicos enseja problemas. Contudo, o erro raramente é individual. O defraudamento dos deveres de honestidade, pureza e respeito ao semelhante costuma surgir de um contexto complexo. Quando alguém comete desatinos, de ordinário tal se dá sob o influxo de vários envolvidos. Esses podem ser os pais, que não cumpriram a contento seu dever de educação. Deixaram-se levar por múltiplos afazeres e não deram ao filho a atenção e as orientações necessárias. Ou então, foram amigos que incentivaram ao vício. Quem sabe, irmãos ou outros parentes que deram maus exemplos. Talvez, um namorado ou namorada que fez falsas promessas e gerou grande dor moral. O certo é que poucas vezes alguém erra sozinho, sem a influência de terceiros. Ocorre que é da lei que quem cai junto se reerga em conjunto. Os partícipes do erro são naturalmente convocados a auxiliar no reajuste. Conforme o grau de sua participação na derrocada moral, devem colaborar no soerguimento. Assim, a presença de alguém complicado em sua vida não é uma injustiça e nem fruto do acaso. Justamente por isso, não procure saídas fáceis ou desonrosas. Libertar-se de uma situação constringente não é o mesmo que fugir dela. A Lei Divina é perfeita e ninguém consegue ludibriá-la. A atitude de fuga apenas denota rebeldia e complica a situação do devedor. Para se libertar de semelhante conjuntura adversa, somente mediante o exercício da fraternidade. Faça o seu melhor no auxílio aos que o rodeiam. Ampare física e moralmente os que se apresentam frágeis e viciados, do corpo e da alma. Saiba que a paz em sua vida será o resultado natural da consciência tranquila pelo dever bem cumprido. E, principalmente, cuide para não induzir ninguém a trilhar caminhos indignos. Preste atenção no que diz e faz, a fim de não ser partícipe de atos torpes. Muitos testemunham seus atos e palavras e podem ser influenciados por eles. Mesmo sem desejar, você pode assumir graves responsabilidades e complicar seu futuro. Pense nisso.