quinta-feira, 11 de junho de 2009

você sentirá saudades?

Um famoso pensador, ao ser entrevistado, afirmou que uma das perguntas de maior teor filosófico que mais o fez pensar nos últimos tempos, tinha vindo de sua filha, uma menina de poucos anos de idade. Afirmava o entrevistado que, certa feita, ao dar o beijo de boa noite para sua pequena, ela o surpreendeu com a seguinte pergunta: Pai, quando você morrer, irá sentir saudades de mim? A pergunta da menina, longe da ingenuidade infantil, traz no seu bojo profundos questionamentos filosóficos. Você mesmo já se surpreendeu pensando naqueles que lhe antecederam na viagem de retorno ao mundo espiritual? Já se perguntou onde estarão eles? Sentirão saudades de mim? Ou já pensou em algum momento: Como pode o manto da morte ser capaz de destruir sonhos, romper laços fraternos, separar aqueles que se amam? E já se questionou se aqueles a quem queremos bem, que nos são caros ao coração, que convivemos anos a fio, compartilhando anseios, dúvidas, desafios, medos, com a morte ficam irremediavelmente afastados de nós? É comum dizermos: Perdi meu pai, ou Perdi meu filho, quando esses se vão com o fenômeno da morte. Será verdade que os perdemos? A razão nos diz que não. Como pode a morte vencer os laços construídos ao longo dos dias, dos anos, feitos no olhar, na dedicação, na cumplicidade, no compartilhar de dores e felicidades? Como pode o fenômeno biológico vencer os sentimentos verdadeiros, que nascem nos refolhos da alma e são guardados no coração? Pensar dessa forma é imaginar que Deus pouca importância daria para o amor. Afinal, de que valeria amar alguém, se isso tudo nos levaria ao nada? Já que a morte do corpo é inevitável, inevitável seria então perder nossos amores. A lógica nos conduz ao entendimento das Leis de Deus, a nos explicar que os laços de amor vencem as distâncias provocadas pelo tempo e pelo espaço. Aqueles que se amam, onde estiverem, continuarão se amando, mesmo que momentaneamente apartados. E é isso que a morte do nosso corpo físico nos provoca. Temporariamente, ficamos apartados daqueles a quem amamos. No entanto, logo mais, em um tempo que a vida nos dirá, nos reencontraremos, com as saudades daqueles que, após longa viagem, se reencontram para reviver o carinho, afeto e sentimentos que sempre existiram. Quem parte de retorno ao mundo espiritual, pelo fenômeno da morte do corpo físico, é alguém que nos antecede na viagem de volta. Como nos ama, de lá fica nos aguardando, para um reencontro inevitável. Naturalmente sente saudades como nós, sente nossa falta, como sentimos nós a dele. * * * Quando a saudade dos amados apertar nosso peito, que nossos pensamentos sejam de carinho, com a certeza de que nos encontraremos. Aguardemos sem revolta pois afinal, dia desses lá estaremos nós, a revê-los, no retorno que também faremos ao mundo espiritual.

o velho pai.

O cenário é comum, a cena é singela. Num banco de jardim da casa estão sentados um homem idoso e um jovem. O jovem lê o jornal, com atenção. O idoso parece imerso em algo indefinível. Então, um pequeno pássaro pousa no arbusto próximo e canta. O homem parece despertar e indaga: O que é aquilo? – apontando com o dedo na direção da pequena ave. O rapaz alça os olhos e diz, secamente: É um pardal. A avezita saltita de um galho a outro e a pergunta se repete: O que é aquilo? A resposta agora não é somente seca, mas também denota enfado: Já disse, é um pardal! O pássaro voa do arbusto para a árvore, continuando na sua dança matinal. O que é aquilo? – soa de novo. Agora, o rapaz se irrita e quase grita: É um pardal! A ave, feliz, prossegue no seu bailar. Alça voo e parece desaparecer. Poucos segundos passados e retorna ao chão, bicando aqui, saltitando acolá. O homem leva a mão aos olhos, como se desejasse ajustar a visão embaçada e, com natural curiosidade, pergunta: O que é aquilo? O filho responde, em altos brados: É um pardal! Já disse: um pardal. E soletra, aos gritos: P - a – r - d – a – l. Você não entende? O homem se ergue, sobe os degraus, adentra a casa, lento e decidido. Pouco depois, retorna com um velho caderno nas mãos. A capa é bonita, denotando que foi guardado com cuidado, como se guardam preciosidades. Abre-o, procura algo, depois o entrega ao rapaz, ainda inquieto e raivoso. Leia! – ele pede. E acrescenta: Em voz alta! Há surpresa no moço, que lê pausada e cada vez com maior emoção: Hoje, meu filho caçula, que há uns dias completou 3 anos, estava sentado comigo, no parque, quando um pardal pousou na nossa frente. Meu filho me perguntou 21 vezes o que era aquilo e eu respondi em todas as 21 vezes que era um pardal. Eu o abracei todas as vezes que ele repetiu a pergunta, vez após vez, sem ficar bravo, sentindo afeição pelo meu inocente garotinho. Então, o filho olha o pai. Há culpa e dor em sua alma. Abraça-o, lacrimoso, beija-lhe a face, emoldurada pela barba por fazer. Estreita-o, puxando-o para perto de si. E assim ficam: um coração ouvindo outro coração. * * * Cenas como essa acontecem todos os dias, em milhares de lares, em todo o mundo. Nossos anciãos, de braços dados com Alzheimer, demência senil ou problemáticas outras, indagam, perguntam, questionam. A memória recente lhes falha. Mergulhados em retalhos de lembranças do passado, não entendem porque recebem gritos como resposta. Pensemos nisso! E se as lágrimas nos umedecerem os olhos, não tenhamos vergonha de abraçar com amor nosso velho pai, nossa mãe, vovó, vovô, madrinha, tia... Agora.

segunda-feira, 8 de junho de 2009

não espere!

Não espere um sorriso para ser gentil; Não espere ser amado para amar; Não espere ficar sozinho para reconhecer o valor de quem está ao seu lado; Não espere ficar de luto para reconhecer quem hoje é importante em sua vida; Não espere o melhor emprego para começar a trabalhar; Não espere a queda para lembrar-se do conselho; Não espere... Não espere a enfermidade para perceber o quanto é frágil a vida; Não espere pessoas perfeitas para então se apaixonar; Não espere a mágoa para pedir perdão; Não espere a separação para buscar reconciliação; Não espere a dor para acreditar em oração; Não espere elogios para acreditar em si mesmo; Não espere... Não espere que o outro tome a iniciativa se você foi o culpado; Não espere o eu te amo, para dizer eu também; Não espere o dia da sua morte para começar a amar a vida

mansidão.

Não se exalte não se irrite, não discuta… A mansidão e a serenidade conquistam os corações e representam a felicidade. Ninguém resiste a uma pessoa calma e serena, e esta pode resistir a todos. Não há força que derrube a mansidão, e nada é empecilho para ela. Os mansos e serenos conseguem tudo o que desejam na terra, com a vantagem de jamais estragarem sua saúde tão preciosa