terça-feira, 3 de agosto de 2010

reconciliação.

Há uma interessante passagem evangélica na qual Jesus recomenda que o homem se reconcilie o mais depressa possível com seu adversário. A reconciliação deve se processar enquanto ambos estão a caminho, para que um não entregue o outro ao juiz. Porque o juiz poderá entregar o culpado ao Ministro da Justiça, que o colocará na prisão. Se isso ocorrer, as celas não se abrirão enquanto não for pago o último ceitil. Trata-se de imagens fortes, que chamam a atenção para a importância da convivência equilibrada. A vida na Terra é uma fecunda e importante escola. Espíritos de personalidades e valores diversos são colocados lado a lado. O resultado deve ser o aprendizado e o crescimento de todos os envolvidos. A convivência nem sempre é fácil. Na vida social, costumam surgir desacertos. As ideias e os objetivos costumam ser diferentes, mesmo entre pessoas de boa vontade. Comumente se afirma que a convivência entre certos indivíduos é difícil por serem inimigos espirituais. Nessa linha, teriam um passado de erros em comum, a justificar a animosidade presente. Essa hipótese por vezes é verdadeira. Entretanto, em geral os desentendimentos de hoje decorrem mais de imperfeições e vícios do que de real inimizade pretérita. Vaidade, orgulho e egoísmo respondem pela ampla maioria das querelas do mundo. Não importa o passado, seres generosos e humildes sempre encontram um modo de conviver de forma respeitosa e pacífica. O problema não reside no ontem, mas no hoje que pode se desdobrar no amanhã. Importa adotar comportamento digno e fraterno, para seguir livre. A Lei Divina é perfeita e cuida de todos. Ela jamais é burlada, mesmo no mais ínfimo ceitil. Mas é programada para o progresso e a felicidade dos seres, não para punir e infelicitar. Daí vem a magna importância da exortação de Jesus. Seres imperfeitos erram e se atritam. Dos embates e dos pontos de vista divergentes, o progresso pode surgir. Contudo, limites se fazem necessários nesse processo de divergência. A vida precisa ser levada de modo que o coração não se replete de mágoas. Está-se em uma escola, não em uma batalha campal. Os outros são irmãos, companheiros de jornada, embora por vezes pensem e ajam de modo diverso. Acima de qualquer coisa, é preciso manter-se digno e fraterno. Quando o semelhante erra, perdoá-lo de coração, sem impor condições humilhantes. Quando se erra, arrepender-se, pedir desculpas, reparar e seguir adiante. Só não convém esperar a incidência da lei, por entre mágoas e vaidades. Porque é aí que surgem as grandes dores, destinadas a dulcificar o coração que se fez orgulhoso e ressentido. Pense nisso.